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Effetto aquilone, Erri De Luca
La Notte della Taranta celebra i 40 anni di storia del Canzoniere Grecanico Salentino
“Abbiamo voluto fortemente celebrare i 40 anni del Canzoniere sul palco di Melpignano, spiega Massimo Manera presidente della Fondazione La Notte della Taranta, perché con il Canzoniere celebriamo la tradizione che non è il passato ma il laboratorio dei suoi materiali che utilizziamo per costruire il presente e immaginare il futuro. Il Canzoniere, con l’intellettuale Rina Durante e l’etnomusicologo Daniele Durante, ha consentito negli anni 70 di creare un ponte tra tradizione e innovazione. Oggi con Mauro Durante esplora scenari nuovi e consnete alla nostra cultura di essere conosciuta nel mondo”
Sul palco del Concertone finale del 22 agosto 2015 a Melpignano per la 18ma edizione del Festival il CGS presenta in anteprima assoluta, uno spettacolo originale che prende forma dal concept del nuovo album Quaranta.
Uno spettacolo totale, di musica, danza, luce, simbolismi, parole e colori, per una serata indimenticabile, senza tempo, tra sogno, riflessione ritmo e magia, che prevede la partecipazione eccezionale dello scrittore italiano Erri De Luca (già autore del testo del brano Solo Andata, vincitore del premio Arte e diritti umani di Amnesty International) e della compagnia di danza verticale Cafelulé Danza Contemporanea Verticalel!
22 agosto, ore 20.45!
Lublino, Polonia
Livestream Szigetfestival.com
Per il secondo anno consecutivo, il CGS sarà sul palco dello Sziget Festival
Per il secondo anno consecutivo, il CGS sarà sul palco dello Sziget Festival Official, il più grande festival del Vecchio Continente!
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MasterCard World Music Stage
Wed, August 12, 11:15 PM > 12:30 AM
FMM Sines 2015 – Canzoniere Grecanico Salentino
Reportagem do concerto de Canzoniere Grecanico Salentino no FMM Sines – Festival Músicas do Mundo 2015 – 24 de julho, Castelo – Sines
the Telegraph: Cambridge Folk Festival, review.
Anche per il The Telegraph il nostro show è stato uno dei momenti di spicco al Cambridge Folk Festival!
The Telegraph put our show among the standout moments of the Cambrige Folk Festival!
The Guardian celebra il nostro show al Cambridge Folk Festival!
The Guardian celebra il nostro show al Cambridge Folk Festival!!
“a stirring performance from the Italian pizzica band Canzoniere Grecanico Salentino, with their hypnotically powerful dance style”
“Una performance entusiasmante dal gruppo Italiano di pizzica CGS, col loro stile di danza iponticamente potente”.
Música para espantar os males de hoje
Se a pizzica original tinha por finalidade curar as vítimas de ataques de tarântulas, a recuperação desta música (que também é dança) pelo Canzoniere Grecanico Salentino destina-se a exorcizar os demónios contemporâneos. Esta sexta-feira, a cerimónia acontece em Sines.
Apesar do aspecto ameaçador, mercê do tamanho e do pêlo, as tarântulas não são propriamente letais para os humanos. Ninguém fica paralisado ou a espumar da boca, nenhuma glote se contrai e asfixia, não há registos de quem tenha sucumbido às dores provocadas por uma picadela de tarântula. Na pior das hipóteses, com aquele seu peculiar hábito de esfregarem as patas no abdómen, produzem uma irritação cutânea de levar ao desespero qualquer humano que tenha o azar de ser tomado por predador.
Terá sido certamente essa reacção alérgica capaz de despertar uma gesticulação desvairada, ajudada por alguma mitificação, a fazer da tarântula a culpada das dores físicas (talvez sobretudo psicossomáticas) que se associam, na zona de Salento, Sul de Itália, ao comportamento possuído que era preciso exorcizar e expulsar através de um ritual efectuado ao som da pizzica. Maioritariamente mulheres de classes mais baixas (as tarântulas tinham uma padrão para os seus ataques), as vítimas salentinas prestavam-se então ao tarantismo, cerimónia destinada a livrá-las, com recurso à música e à dança, de todo o tormento que as acometia. “A pobre condição física ou psíquica encontrava muitas vezes no tarantismo uma forma de expressar o seu sofrimento”, explica ao Ípsilon Mauro Durante, líder do colectivoCanzoniere Grecanico Salentino, que esta sexta-feira se apresenta no Castelo de Sines, em mais uma edição do Festival Músicas do Mundo. Sabe do que fala porque a música que cria parte justamente de uma exploração da sonoridade da pizzica. “As pessoas podiam, através do ritual, dar a saber a toda a gente que estavam em sofrimento e que não queriam ser abandonadas. Hoje é um pouco diferente porque a dor e o sofrimento não são fáceis de partilhar socialmente e, regra geral, conduzem até ao isolamento.”
Mauro Durante concorda que há na pizzica e no tarantismo elementos comuns ao gnawa marroquino ou até mesmo ao vudu togolês e às cerimónias xamânicas sul-americanas. “(…) uma forma de sentir que pertencemos a uma comunidade e que estamos juntos”
Daí que a missão do Canzoniere Grecanico Salentino nunca tenha passado propriamente por contribuir para a cura de alguma senhora transtornada por uma ferroada de tarântula. Desde que a formação foi originalmente formada pela poetisa Rina Durante em meados dos anos 70 que a missão do grupo se centra na recuperação de uma tradição salentina, ao serviço não de um popular prontuário terapêutico mas da expurgação de outros males do espírito. Quando Daniele Durante, pai de Mauro, procurou Rina, informado de que a poetisa pretendia formar um grupo mas não cantava, não tocava nenhum instrumento e não dançava – o seu contributo era o enunciado teórico que lhe serviria de rastilho –, ignorava ainda que se iria encontrar com uma prima. O Canzoniere, de certa forma, afirmar-se-ia uma banda familiar, tendo Mauro sido investido pelo pai, em 2007, na condição de novo director musical do grupo.
A primeira decisão que tomou replicava, de certa maneira, o gesto fundador da primeira formação do Canzoniere: ao reconhecer na política do grupo o dever “de não olhar para a tradição de música e dança como algo que representa o passado”, susceptível de ser fechado atrás de uma vitrina de museu só do interesse de turistas obsessivos, ou de ser retratado num postal amarelado de uma época de charme incerto, foi à procura dos melhores músicos de pizzica da região da Apúlia (de que faz parte a Península Salentina, o salto “da bota de Itália”) e recrutou ainda outros “estranhos” que pudessem trazer alguma novidade ao som da banda. Depois, foi apenas aplicar a mesma regra às canções e dotá-las de letras que falassem para o presente salentino, não perdendo assim a missão de se incrustar na vida quotidiana do seu povo.
Os demónios actuais
É por isso que em Quaranta (álbum lançado já este ano e comemorativo do 40.º aniversário do colectivo), ou no anterior Pizzica Indiavolata, podemos encontrar temas que versam a situação dramática dos migrantes mortos no Mediterrâneo em busca do território europeu ou a magnífica sátira contra a TAP – não se trata de uma mensagem de oposição à privatização da companhia aérea que opera em Portugal, mas antes de uma canção de resistência que se insurge contra o chamado Trans Adriatic Pipeline. Convicto de que em toda a Europa as vozes dos cidadãos são facilmente silenciadas após o voto na urna – “Não temos qualquer influência nos políticos e nas políticas, pelo que é importante encontrarmos formas de expressar as nossas opiniões”, argumenta –, Mauro Durante refere-se a estas temáticas como “os demónios actuais”. Sem esvaziar a pizzica da sua intenção primeira, o músico acredita que basta redireccionar a música para as causas de sofrimento actuais, como “a dificuldade para os jovens de hoje de levarem as suas vidas e encontrarem o seu lugar num mundo afectado pela crise e pela sobre-especialização”, e assim se manterá a valência curativa da pizzica.
Em Quaranta, álbum lançado já este ano e comemorativo do 40.º aniversário do colectivo, podemos encontrar temas que versam a situação dramática dos migrantes mortos no Mediterrâneo em busca do território europeu ou a magnífica sátira contra a TAP
“Ao mesmo tempo”, acrescenta, “pensamos que todos os sentimentos positivos que emanam da nossa música e da nossa dança são das coisas mais bonitas que se podem experimentar no mundo”. Daí que a “cura” exista também naquilo que Mauro Durante identifica como “o poder de eliminar distâncias”, e que é específico da dança: “Quando se dança com outra pessoa está-se ao mesmo nível, não importa a posição social, o sexo, a idade, tudo isso é achatado, pisamos o mesmo chão enquanto nos olharmos nos olhos.” É nessa dança em estado de transe, como se para expulsar um demónio fosse a própria música a possuir os corpos, que Justin Adams (guitarrista de Robert Plant, produtor dos Tinariwen ou de Rachid Taha, membro do duo JuJu com o gabonês Juldeh Camara) reconhece semelhanças com os rituais (e as músicas associadas) do Norte de África. Mauro concorda que há na pizzica e no tarantismo elementos comuns ao gnawa marroquino ou até mesmo ao vudu togolês e às cerimónias xamânicas sul-americanas. Mas o subtexto que pretende implicar nessa dança e nessa eliminação de distância é o de que possa descobrir-se aqui “uma forma de sentir que pertencemos a uma comunidade e que estamos juntos”.
Se na Europa actual o músico encontra uma ausência de “solidariedade espiritual, sobretudo com as situações dos migrantes e com o caso grego”, aposta na música e na dança para ligar novamente as pessoas. Talvez toda a essência da música do Canzoniere Grecanico Salentino possa ser, assim, destapada por um verso escondido algures na letra de Taranta: “Se foi uma tarântula/ não me abandones/ Se dançares sozinho/ não te podes curar”.








